Quanto eu devo cobrar por um projeto gráfico editorial?

Por Davi Denardi

em 25 de junho de 2022

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Umas das dúvidas mais frequentes de quem trabalha com Design Editorial é “quanto eu devo cobrar por esse projeto?” e existem diversas formas de responder a essa pergunta, pelo cálculo da hora trabalhada ou hora técnica, por uma meta de valor fixo mensal (algo como um salário) e pelo uso de tabelas de referência.

Calculadora de freela

O jeito mais fácil de calcular o valor do seu projeto.

Conheça

Pelo cálculo da hora técnica

O cálculo da hora trabalhada ou hora técnica é feito somando-se todos os gastos que você tem no mês e dividindo pelo número de horas que você quer trabalhar no mês. Dá uma olhada nessa tabela:

Nesse exemplo o custo total para tocar a vida é de R$ 4.300 em um cálculo bem raso, com certeza entram outros itens aí dependendo do estilo de vida de cada um e até das necessidades técnicas, não entraram por exemplo os custos do financiamento de um carro, de saúde como a compra de remédios ou a mensalidade de uma academia, ou mesmo a assinatura de um pacote de softwares gráficos (não ganhei #publi então não vou citar, mas vocês sabem de quem estou falando).

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Esses dados também são pensando em um freelancer, mas se você vai abrir uma agência, estúdio ou editora tem que entrar também os custos do aluguel do espaço dela, custos com contador, impostos entre outros.

O próximo passo é pensar quanto tempo eu vou trabalhar por mês, se você for trabalhar 8 horas por dia de segunda a sexta e mais a manhã do sábado são 220 horas de trabalho no mês, se for trabalhar só de segunda a sexta oito horas por dia são 200 horas no mês, e se for trabalhar 6 horas por dia de segunda a sexta são 180 horas.

E daí é só dividir o custo de vida pelo número de horas trabalhadas no mês, no exemplo seriam R$ 4.300,00 / 200 (pensando em trabalhar 8 horas de segunda a sexta), o que dá um total de R$ 21,50 por hora trabalhada.

A partir desse valor de hora técnica você pode começar a calcular o valor de cada projeto tendo como base o tempo que você vai levar para executar. Por exemplo, se você recebe o pedido de um projeto gráfico de livro e sabe que leva 15 dias úteis para fazer, então o valor desse projeto gráfico é de R$ 2.580,00 (15 dias x 8 horas x R$ 21,50).

O valor pode parecer alto no primeiro momento e especialmente para quem está começando, mas se você não praticar ele com certeza não vai conseguir pagar as contas!

Além disso, lembre-se sempre de colocar uma margem de erro para cada projeto, isso porque existem diversos tipos de clientes e especificidades de projeto, então muitas vezes um projeto que é planejado para ser feito em 15 dias leva 20, por conta de alterações pedidas pelo cliente, projetos sem muita clareza que vão e voltam várias vezes antes de finalizar, falta de experiência na hora de dimensionar o tempo do projeto e mesmo acidentes ao longo do trajeto (e se você pega uma gripe forte?).

A margem de erro mínima é de 10% mas ela pode ser de 15%, 20% ou mais dependendo da experiência de cada um. Então aquele projeto orçado em R$ 2.580,00 na realidade teria um valor de R$ 2.838,00, ou seja, R$ 2.580,00 + 10% (R$ 258,00).

Meta de salário

Quando a gente vive de projeto não existe muito essa questão do salário, porque em alguns meses vão entrar vários projetos, outros não, alguns projetos serão fáceis de executar e sem problemas, outros não. E geralmente os honorários não vão entrar em um dia fixo do mês como o salário, mas ao longo das semanas trabalhadas. Mas para quem está começando pode ser interessante ter uma meta na forma de salário, ou seja, um valor que você quer ter recebido até o final do mês.

Nesse caso o processo é parecido com o cálculo da hora técnica com a diferença de que em vez de listar os gastos do mês você pode simplesmente colocar uma meta de salário e dividir pelas horas trabalhadas.

Aqui vão algumas simulações para ajudar a pensar essa questão:

Lembrando que esses são apenas valores de referência e a partir deles ainda deve ser colocada a margem de erro.

Para facilitar a vida de quem quer trabalhar com o sistema de meta de salário criamos uma ferramenta específica para isso, a calculadora de freela, clique aqui para conhecer a ferramenta.

Tabelas referenciais

Finalmente, outra forma de pensar o valor de um projeto é pelo uso de tabelas referenciais, que nada mais são que um conjunto de preços médios baseados em pesquisas de mercado. No Brasil a mais comum e mais sólida delas é a Tabela de Adegraf (Associação dos Designers Gráficos do Distrito Federal).

Ela é uma tabela bem sólida, baseada nos dados da associação e publicada a cada dois anos. Ela reflete os valores praticados no Distrito Federal e por isso é um pouco acima do que podemos ver no interior do país, mas mesmo assim é uma referência interessante, principalmente para que se tenha uma consciência de quanto custa um bom design.

Separamos aqui as informações da tabela relacionada ao Design Editorial, começando pelo projeto de livros:

Jornais e informativos

Outro produto gráfico editorial são os jornais e informativos, que tem como característica um grande volume de informações visuais e textuais.

Relatórios

Os relatórios são produtos de informação institucionais, e geralmente circulam dentro das empresas ou em partes interessadas (como investidores).

Revistas

É um tipo de produto próximo ao jornal por ter uma grande quantidade de textos e imagens, porém na revista o cuidado gráfico é maior visto a durabilidade que ela geralmente tem.

Portfólios

Os portfólios são um produto muito utilizado por designers, ilustradores, fotógrafos, arquitetos entre outros, e apresentam visualmente os seus produtos.

Para encerrar e retomando a questão da tabela da Adegraf, ela é de um mercado supor maduro de Design e os valores são valores médios, designers mais experientes e com maior renome vão cobrar muito mais do que está descrito na tabela, e designers iniciantes vão cobrar bem menos, até ganhar maturidade no mercado.

Referência

Sobre esse tema (como cobrar e viver de Design) uma das referências mais bacanas e completas é o Viver de Design do Gilberto Strunck, além de explicar como cobrar, no livro ele explica como se organizar para ser um profissional de design de fato, como encontrar e atender os clientes, a questão dos contratos, como fazer as entregas, propor prazos, e se organizar para conseguir atender às entregas, prazos, custos e tudo o mais que envolve o design como negócio.

Conclusão

Apesar de existirem diversas referências de valores, o custo cobrado para cada projeto varia muito desde a necessidade de cada designer, a sua experiência, a disponibilidade e o tipo de projeto, então o melhor valor a ser cobrado é aquele que faz sentido para você a para o seu negócio de design.

As técnicas de cálculo, ferramentas e valores que colocamos aqui são só uma referência geral e cada um dentro da sua especificidade vai ter que encontrar a melhor solução, e o valor mais justo!

E aí? Qual método você usa ou achou mais interessante? Conta aí nos comentários!