As 3 formas de publicar um livro ou ebook
As tecnologias digitais modificaram várias áreas do nosso cotidiano, e isso também é verdade para os livros. Tecnologias como o PDF, e os leitores digitais (e-readres) como Kindle, Kobo e Lev, fizeram o mercado de livros dar um salto em termos de números de títulos disponíveis.
Com novos autores entrando no mercado todos os dias também surgiram formas diferentes de publicar um livro além do tradicional sistema centrado nas editoras. Hoje em dia existem basicamente três formas para entrar e aproveitar o potencial do mercado editorial, as editoras tradicionais, as editoras independentes e a autopublicação.
Editoras tradicionais
As editoras são as formas mais antigas de viabilizar um livro. Elas são empresas especializadas que atuam em praticamente todas as áreas que fazem um livro ter sucesso: escrita, revisão, produção, marketing e distribuição. Por isso, para qualquer autor, ser “abraçado” por uma editora é um grande negócio, já que se pode focar totalmente na escrita, sem se preocupar com questões mercadológicas.
Por estarem a mais tempo no mercado elas geralmente têm renome e excelentes contatos na cadeia produtiva do livro, como por exemplo acordos com livrarias e indústrias gráficas, contatos próximos ou até contratos com jornalistas, editores, influenciadores e críticos literários. E isso dá a elas um peso muito importante no mercado, e quando lançam um título ou um novo autor esse lançamento tem muito mais chances de ter sucesso.
Justamente por assumir totalmente as preocupações de mercado as editoras tradicionais são muito criteriosas para selecionar e contratar autores. Tanto o autor quanto o livro precisam ter um bom potencial de vendas sob o ponto de vista da editora.
Para entrar nesse mercado o primeiro passo é enviar o manuscrito do livro completo para a editora e esperar o processo de avaliação, que pode levar muitos meses.
Se o manuscrito for selecionado você receberá uma proposta comercial, com um valor (geralmente alto) pelos direitos da obra e mais uma pequena porcentagem da venda de cada exemplar.
É bom lembrar que cada editora tem uma linha editorial diferente, algumas publicam apenas romances, outras livros técnicos, outras livros infantis, e por aí vai. Então antes de enviar o manuscrito para uma editora é fundamental pesquisar a sua linha editorial para não “perder tempo” enviando um livro para uma editora que nada tem a ver com o tema.
Editoras independentes
As editoras independentes são pequenas e médias empresas de produção e distribuição de livros. Elas não têm nem o tamanho ou a penetração no mercado que as editoras tradicionais têm, mas ajudam muito na hora de publicar um livro.
Em geral elas vão se envolver muito na produção do livro (geralmente revisão, diagramação, capa, projeto gráfico e impressão), mas têm uma inserção no mercado bem menor do que as editoras tradicionais, o que implica que os autores têm que “pegar junto” na divulgação e até na distribuição do livro.
E por terem uma estrutura menor geralmente os custos são divididos com os autores, ou seja, o autor paga um valor para que a editora faça o trabalho.
Nas editoras independentes, geralmente o autor fica com a maior parte do valor de venda do livro ou fica totalmente responsável pela venda, e nesse útimo caso todo o dinheiro da venda é do autor.
A maior vantagem de contratar uma editora independente é que ela vai assumir boa parte do porocesso de edição do livro e ainda têm muito mais experiência e visão de mercado do que um autor independente ou iniciante teria.
Assim como as editoras tradicionais, as editoras independentes estão inseridas em um mercado e nicho específicos, tendo contatos com agentes em cada mercado e por isso “emprestando” a sua reputação com os autores.
Autopublicação
A autopublicação é uma forma de publicação onde o autor assume totalmente a produção do livro, desde pré-produção (revisão, design, capa, etc.), a produção (impressão e acabamento) e a venda.
Os desafios da autopublicação estão em ter que assumir diversas especialidades sozinho. É preciso ter um olhar crítico bem apurado e tino comercial, já que o autor vai entrar em um mercado sozinho. Ter conhecimento de questões de design editorial. É preciso pensar e compreender questões de gestão de marca e marketing pessoal, já que o autor vai ser ao mesmo tempo uma marca e uma autoridade. E é fundamental ter disposição para “matar um leão por dia”, já que cada um desses detalhes leva tempo e dinheiro para amadurecer.
Já as vantagens dessa forma de publicar um livro é que o autor tem total liberdade editorial e critativa, ou seja, ele faz tudo do jeito que achar melhor. Além disso ao longo do processo de publicação o autor vai ganhando experiência em todas as áreas e acaba tendo uma visão mais ampla e especializada do ecossistema do livro, o que pode ser muito útil comercialmente e criativamente.
Conclusão
Muitas vezes se pensa que publicar um livro ou ebook é apenas escrever, imprimir (ou gerar o PDF) e correr para o abraço. Mas publicar um livro é diferente de escrever um livro.
Um livro é um produto como qualquer outro, e está inserido num mercado específico com tendências de consumo específicas. Em geral as grande editoras dominam essas tendências e as estratégias de inserção dos livros no mercado. O problema é que para entrar para uma editora é preciso ter um excelente livro, já que o mercado editoral brasileiro é muito restrito (o fato é que lemos pouco), e nenhuma editora se anima a dar um tiro no escuro.
A minha sugestão pessoal é publicar o primeiro livro com a ajuda de uma editora independente, acompanhar de perto o seu desdobramento e com essa experiência adquirida tentar a inserção em uma editora maior.
Mas se você não tem como arcar com uma editora independente vai com fé na autopublicação lembrando sempre que o livro não vai se vender sozinho, é preciso conhecer pelo menos algumas estratégias de inserção dele no mercado.
Comentários
Boa tarde. Somos uma revista on line com ISSN e Indexação qualis B! na Plataforma Sucupira. Podemos publicar E$-book?
Oi Dra. Severina, não conheço o tema profundamenta, mas do que eu entendo o ISSN (assim como o ISBN para livros) é só um registro para manter a consistência dos produtos no mercado editorial. Imagine por exemplo que existam duas “Revista Glifo”, uma terá um ISSN e outra terá outro, e daí na hora de citar por exemplo você vai saber qual é qual pelo ISSN. Então (até onde eu sei) é tranquilo vender e-books e revistas (com ISBN e ISSN respectivamente).